Além do selo marcando os 250 anos de Lages e a realização de algumas ações e eventos do calendário anual, nada mais leva esse ano a marca histórica de aniversário do município.
Assim como nossas edificações antigas aos poucos vão desaparecendo, também desta data nada ficará de registro a não ser as manchetes dos jornais.
Nossos descendentes não encontrarão em nenhum local da cidade, sequer um pequeno marco desta data.
Vejo que temos aqui um povo não muito preocupado com a sua história.
Poucos são os registros – a não ser o que temos no museu que foi o resultado do trabalho de um único homem, o saudoso Danilo Thiago de Castro – do período da colonização de Lages.
Querem até eliminar os velhos monumentos
Lá está um deles sujo e abandonado
Há quem, até critique e queira eliminar o monumento a Getúlio Vargas, na praça João Ribeiro, porque atrapalha para fotografar a catedral, sem levar em conta o conteúdo histórico que a obra revela.
Na realidade retrata a Lages da década de 1954 e imortalizou o esforço dos muitos getulistas que aqui viviam para manter viva as ações de seu líder maior. Mas, é difícil enxergar isso quando o povo não tem amor por suas raízes.
Se fizermos a comparação com outros países acabamos nos dando conta do quanto não valorizamos a nossa cultura, nossa história.
Lages está entre as cidades mais antigas do estado e, mesmo do país, mas o que temos que denuncie isso?
Vejam que a catedral, um de nossos principais prédios históricos, é construção do início de 1900. O que temos da época anterior? Dos primeiros 134 anos?
Resta-nos ainda seis meses para o final de 2016, do 250º aniversário de Lages.
Creio que ainda há tempo de, pelo menos, instalar na praça mais central de Lages, um marco desta data: uma obra de arte que sintetize o espírito da cidade nesta metade do terceiro centenário da cidade.
Talvez, ali depositar uma cápsula do tempo, contendo registros documentais e fotográficos da Lages atual, com seus prédios, ruas e avenidas e o cotidiano de seus habitantes. Mesmo na era da tecnologia, onde temos as informações ao alcance dos dedos, dificilmente conseguimos reunir todos os dados e registros num único lugar. Será preciso montar o quebra-cabeça deste momento histórico. Então que façamos nós esse trabalho agora que, garanto, os futuros habitantes dessa cidade só terão a nos agradecer.
