Ainda sobre a questão da Uniplac

 

 

1º – O DCE não teve nenhuma participação no movimento que nós organizamos, inclusive a representatividade está fragilizada, pois o DCE da Uniplac foi interpretado como trampolim político e depois do resultado das eleições o presidente sumiu! Acontece que os estudantes estavam totalmente desmobilizados, ficando então sem poder nenhum de negociação dentro da Universidade. Nós temos ciência hoje de três Centros Acadêmicos ativos. Se não existe mobilização política nem de C.A.’s, nem de DCE (que hoje tem uma representatividade reconhecida somente pela Universidade mas não pelos acadêmicos), fica fácil tomar decisões que contrariem os interesses da comunidade acadêmica. Então, NÃO, o DCE não organizou a mobilização;

2º – A UCE fez uma participação pontual na mobilização por alguns contatos que tinha aqui dentro, mas não foi quem puxou a discussão;

3º – Nós sabemos que quem pagaria o vencimento do interventor é o município. A intervenção é judicial e está sob responsabilidade do município. Mas em tempos de vacas magras, mais um salário alto assim nas costas do administrativo municipal é bem complicado, não acha? Não estamos pedindo favores à intervenção. Estamos apenas lutando pela garantia do direito à informação, tanto dos acadêmicos quanto da comunidade lageana. O aumento foi abusivo sim e os números tem que ser considerados anualmente. Ora, se não houve aumento em outros anos, desconta-se tudo isso agora? É visto que o aumento deste ano não acompanhou nem a inflação nem a elevação do salário mínimo. Mas, mesmo com todo esse aumento a Universidade ainda perece.

4º – Quanto às colocações do interventor, em relação aos vereadores, chega a ser engraçada a afirmação que você colocou no jornal e no blog. Cara Olivete, nós não somos criancinhas influenciáveis ou meros fantoches que seguem as ordens de seus manipuladores. A discussão sobre o aumento da mensalidade partiu dos estudantes. Toda a mobilização foi organizada por estudantes. Nós somos adultos, discutindo politicamente questões que envolvem diretamente as nossas vidas acadêmicas, profissionais e também a comunidade lageana como um todo.
Nosso intuito não é denegrir a imagem da Universidade, mas sim, fazer com que ela exerça realmente o seu papel de COMUNITÁRIA, e não de instituição meramente privada como coloca a intervenção.
Uma Universidade Comunitária não visa lucro. Ela tem que se manter e além disso, prestar atendimento à COMUNIDADE, principalmente formando profissionais que consigam atender às demandas regionais que se apresentam, mas também por meio de projetos de extensão abertos à todas as pessoas e projetos de pesquisa que contribuam no desenvolvimento da ciência e da Região Serrana. Região esta, diga-se de passagem, que tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano do estado de SC e que, não tem potencial econômico de bancar aumentos abusivos como este praticado pela Fundação Uniplac.

Esta não foi a única ação vertical desta administração (vide logomarca) e nós questionamos além do aumento das mensalidades, a efetividade do processo de intervenção, que tinha prazo de início e de fim e que já se arrasta por quase quatro anos e meio sem uma resolutividade demonstrável, pelo menos não tivemos acesso a isso, mas estamos dando os encaminhamentos legais necessários. 
Quando são apontadas as coisas boas que a Universidade conseguiu, ótimo, não foi feito mais que a obrigação a que se propôs. Agora dizer que a eleição para reitor e cargos de coordenação não resolveria? Isto é uma visão que foi superada junto com a ditadura militar, mas parece não ter abandonado o imaginário popular.
A Universidade precisa de autonomia para que não ocorra o que hoje acontece, onde o processo pedagógico foi deixado de lado pela administração e a reitoria tem um papel de reprodução do que é decidido à portas fechadas na fundação.
Sendo assim, o envolvimento dos vereadores foi de apoio e não de participação na organização do manifesto. Inclusive, o Prof. Domingos deixou claro que estava ali representando a ADUNIPLAC e que os professores eram solidários à nossa causa.

Nós estamos disponíveis para participar do processo de construção de uma Universidade que cumpra um papel social importante dentro da comunidade e possa colaborar com o desenvolvimento efetivo de Lages e da ciência!

Só pedimos o mesmo direito de voz que as pessoas que estão no poder têm! Só pedimos respeito quando notícias envolvem o nome e os rostos de muitos estudantes que têm uma jornada de 60 horas semanais para conseguir se manter na Universidade. Só pedimos democracia e estamos dispostos a participar!

Sendo o que tinha para o momento, reitero votos de consideração e apreço, colocando-me à disposição para evetuais outros esclarecimentos.

Cordialmente, 

Ed Antunes
Sub-diretor de Políticas Universitárias e Assistência Estudantil do Centro Acadêmico de Psicologia – Uniplac
Vice-coordenador do Núcleo Santa Catarina da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia

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