Será que elegemos 19 vereadores
para isso que estamos vendo?
Com o aumento do número de vereadores esperávamos que pelo menos melhorasse o nível das discussões. Não é o que estamos vendo. O ocorrido na sessão de terça-feira nos dá o exato retrato da atual Câmara. Primeiro a bancada da situação fez pedido de informação para saber da situação profissional e salarial da vereadora Aidamar Hoffer; se descobre que foi feito sem a consulta aos membros da bancada e, por último, os próprios vereadores de situação desautorizam a liderança de utilizar seus nomes. Não sei qual dos atos foi mais vergonhoso. Embora saibamos que quem se dispõe a abraçar a vida pública tenha de ter a exata noção de que passa a estar exposto e não pode se melindrar ao se questionar sobre seu salário, tanto que já é uma exigência que esteja disponível para consulta pública, foi no mínimo indelicado a forma com que foram solicitadas as informações sobre a vereadora Aidamar Hoffer. Sem dívida teve a intenção de agir como um “cala boca”. Ou uma retaliação já que ela é hoje a mais ferrenha opositora dentro da Câmara. No segundo momento há as condições em que tal pedido foi protocolado. Levou apenas o carimbo e não a assinatura dos vereadores de situação. Portanto não houve consulta à bancada sobre a matéria. Foi uma decisão isolada do líder da bancada. E para coroar tudo isso, assistimos os vereadores de situação desautorizar a liderança, na medida em que foram à tribuna protestar (é verdade que não foram todos) e retirar seu nome da lista. Errou o líder que não consultou a bancada e errou os vereadores por desautorizarem o líder que, uma vez escolhido, está autorizado a falar em nome deles. Não acredito que desconhecessem o conteúdo da pauta, antes do início da sessão (com exceção de Adilson Padeiro que estava em um enterro e chegou atrasado). Portanto poderiam ter questionado o líder antes e solicitado a retirada da matéria. Não sei em que os vereadores podem contribuir com a cidade com essa pobre discussão. “Nunca ouvi tanta besteira quanto tenho ouvido aqui!”, desabafou o vereador Chagas ao final da sessão.
Pelo menos para uma coisa serviu o dito episódio. De agora em diante não se aceitará mais o carimbo, os vereadores terão de assinar as matérias.
Aposentadoria da vereadora
Depois de ouvir a vereadora Aidamar Hoffer fazer um relato de sua vida profissional, em que citou seu salário de professora, dizendo que estava nos últimos dois anos de licença para fazer mestrado, e já está com seu pedido de aposentadoria pronto, houve quem questionasse. O município custeou metade do valor do mestrado e ainda concedeu licença para se qualificar e no final não fez a devolutiva do investimento em qualificação, pois se aposentará em seguida. Normalmente, em outras instituições, os funcionários beneficiados com bolsas tem uma prazo mínimo de serviços antes da aposentadoria.