Será que só está faltando mesmo a qualificação da mão-de-obra?

Outro dia ouvi uma entrevista com autoridades do setor dizendo que, em Lages, por exemplo, sobram vagas de emprego, o que falta é qualificação. Se for isso mesmo é só qualificar. E a Secretaria do Desenvolvimento está ai para isso.

Acredito que não é apenas isso, pois vemos muita gente a procura de mão- de-obra para serviços bem simples, como cortar uma grama e não encontrar ninguém. Enquanto isso temos inúmeras instituições oferecendo qualificação. Vejam o IFSC, mesmo pagando (fornece um valor para o estudante) tem dificuldades para preencher algumas das vagas.

Acho que estamos errados no foco de nossas ações. Segundo o provérbio de Confúcio, não devemos dar o peixe, mas ensinar a pescar. A caridade maior não é dar o alimento, mas ajuda-lo a ser capaz de buscar seu próprio alimento.

O povo lageano é muito solidário, com alto grau de empatia e ajuda mesmo a todos. Todas as ações de governo estão voltadas para a ajuda sem exigir nada em troca. É preciso acompanhar quem está ajudando para não apenas atender suas necessidades mais urgentes, mas fazer com que recupere sua dignidade como cidadão. Isso significa torna-lo capaz de se auto sustentar, sem depender das migalhas doadas. É humilhante depender da ajuda até para se alimentar. Por outro lado, muitos se acomodaram nesta situação e ficam esperando ajuda sem se preocupar em buscar a dita qualificação.

É claro que não estou falando das pessoas doentes, dos velhos e crianças. São para esses que devemos voltar as nossas ações de caridade.

3 comentários em “Será que só está faltando mesmo a qualificação da mão-de-obra?”

  1. Olá. Gostei da sua observação quanto ao incentivo à pesca e não ao consumo do peixe. Mas pessoalmente creio que não se trata de casualidade e sim de política pública. Esta postura constrói a crença em um Estado provedor e, este mesmo Estado se vale desta crença para avançar sobre as propriedades daqueles que porventura ainda possuam algo.
    Já vimos isto na história; no início do século passado; e levou à morte milhões de pessoas com a justificativa de que elas detinham os meios de produção que impossibilitavam ao Estado prover recursos aos demais….

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  2. Em geral o Lageano é um povo meio “descansado” ou seja, não gosta muito de trabalhar, ralar, se aperfeiçoar, se esforçar, aprender etc. Morei em outra região do Estado, onde o povo TRABALHA mesmo! Não tem preguiça! Aqui, pelo que vejo, o pessoal gosta de ter muitos DIREITOS no trabalho que pega, e poucos DEVERES!! O povo chega do trabalho e vai pro sofá ver novela, em vez de ir se capacitar a noite em algum curso técnico. Resumindo, emprego tem, mas não tem pessoas capacitadas.

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  3. Olivete, todo dia saio as 07:20 para levar meu filho no colégio e tenho costume de escutar rádio nesse momento, ouço as empresas solicitarem pessoas para trabalhar (Madepar, Malke, Zappelline etc), ou seja emprego tem.
    Dai você passa nos semáforos de Lages e tem MUITAAAAAA gente pedindo esmola, esses dias falei para um rapaz de uns 25 anos que estava pedindo esmola, se ele tinha intenção de trabalhar e ele foi categórico em dizer que ganhava mais pedindo.
    Ou seja a mentalidade do povo tem que mudar, Lages tem esse problema histórico.

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