Ao explicar as razões pelas quais decidiu-se pela alteração do estacionamento no entorno do tanque Jonas Ramos, abrindo mais 28 vagas, o gerente de Planejamento do Trânsito, Adailton Camargo apontou às inúmeras queixas por parte da população quanto a eliminação das 50 vagas com a implantação da Via Gastronômica, na Rua Emiliano Ramos.
A despeito de algumas pessoas insistirem que a prioridade deve ser só e apenas ao pedestre, não podemos ignorar que também precisamos disponibilizar áreas de estacionamento para atender aqueles que precisam se deslocar de carro até ao centro.
O Tanque não serve apenas às pessoas
que moram no centro
Especialmente no Tanque, onde, nos finais de semana as famílias vem com os filhos, as vezes de bairros bastante distantes. Não oferecer alternativa de estacionamento é negar a essas pessoas que moram longe, o direito de desfrutarem desse espaço.
O Tanque não se destina unicamente aos que residem no centro da cidade. E, embora a prioridade deva ser dada ao transporte coletivo, as linhas de ônibus não estão disponíveis a qualquer hora. Fica difícil convencer alguém a se deslocar do terminal até lá carregando filho e sacolas, especialmente se dispõe de carro para o deslocamento.
De nada adianta ficarmos pregando o ideal de uma cidade cidadã, se na prática, o local em que vivemos tem uma situação específica e uma dinâmica própria. Para começar, como o próprio Adailton cita, Lages é uma cidade velha:
“uma cidade que foi projetada
para carroça”.
Por mais que isso pareça ofensivo, serve antes para reflexão. De fato, tudo se concentra no centro da cidade. Tudo o que você precisa fazer exige o deslocamento para a área central.
Como não teve um planejamento, toda a medida adotada em termos de trânsito, se constitui em remendo.
A medida mais importante hoje, além de tentar fazer as pequenas mudanças necessárias e possíveis, é tentar dissolver essa concentração de serviços de forma a ampliar a zona de circulação da população.