Fazenda do Cajuru também vai virar ruína

 

 

Recentemente estive percorrendo a Coxilha Rica e visitei uma das fazendas mais antigas e importantes para a história do município e que pertenceu a família Ramos.

 

A fazenda do Cajuru, construída em 1865, foi tombada como patrimônio histórico, pois também trata-se de uma relíquia arquitetônica.

 

Hoje essa propriedade não está ocupada, apenas uma família cuida do espaço e acompanha os visitantes. Não pertence mais a família Ramos. Seu proprietário é de Passo Fundo e que muito raramente aparece por lá.

 

Ao visitar o local fazemos uma verdadeira viagem no tempo. Tudo o que lá está nos remete ao século XIX, pois conserva até os móveis da época.

Mesmo as peças que foram acrescentadas posteriormente já são do íncio do século passado.

Inclusive denunciando a presença de escravos, que como castigo pela desobediência eram trancafiados num exíguo espaço embaixo do assoalho.

Nesses espaços, muito escuros, existem ainda argolas onde os escravos eram amarrados.

As entradas nesses espaços ficam na parte de traz da edificação. Na foto vemos o Tio Ivan (de laranja),  que faz esses roteiros de caminhadas no interior do município. 

 

Construído em alvenaria e com a divisão interna de madeira, o tempo tem causado estragos na edificação e nos força a dizer que se não receber uma restauração, em curto espaço de tempo estará comprometida a sua preservação.

 

 

Contudo, o proprietário aguarda a seis anos que o governo libere recursos para que faça a necessária recuperação e concretize o projeto de transformar o local em um museu. Nos custa a crer que isso aconteça pois, temos outros exemplos, bastante próximos e a vista de todos, de edificações tombadas e que foram ao chão.

Cito aqui apenas duas: o antigo conventinho dos franciscanos e o casarão do Aristiliano Ramos, da rua Nereu Ramos. Se essas construções não puderam ser mantidas em pé, que dirá em se tratando de um bem que fica lá na Coxilha Rica, onde hoje não há nem estrada em boas condições para lá chegar?

 

A menos que o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico se interesse por isso, não vejo muitas perspectivas de que receba a tal verba para recuperação. A tendência mesmo é virar ruína.