Será que o voto é mesmo do partido?

 

Para o eleitor refletir!

 

Achei interessante o que colocou a eleitora de Marcius Machado em uma emissora de rádio semana passada. Disse ela: “Marcius foi o vereador mais votado em Lages e a escolha desses mais de três mil eleitores foi ele e não o partido”. Ela está correta, pois nossa escolha (eleitor comum) é pelo candidato, não pelo partido.

Visto por esse ângulo, a Justiça Eleitoral está lhe tirando um direito que conquistou legitimamente, com o próprio aval da Justiça Eleitoral, que conduziu todo o processo. Ao fim e ao cabo, o que se coloca em discussão é a propriedade do voto. Seria do partido?  Que hoje serve apenas para abrigar candidaturas, porque a lei não permite que ninguém seja candidato sem estar filiado a um sigla. Na verdade é só essa a finalidade hoje do partido.

 

Partidos já não representam nada

 

Antigamente os partidos representavam uma ideologia. As pessoas filiadas a ele não o faziam apenas para candidatar-se a um cargo – usufruir do poder -, mas por comungar com a mesma visão de governo, de ideal social. Escolhiam seus candidatos para defenderem essa posição política, para pôr em prática tais ideais.

Hoje, dá para contar nos dedos os filiados que conheçam a cartilha, os princípios do partido ao qual pertentem. Nem sabem quais são as bandeiras que defendem a não ser aquelas adotadas por marketing político. E se forem esmiuçados, verão que todos se parecem, todos rezam para o mesmo santo: o Santo Voto. Resume-se a finalidade dos que compõe essa ou aquela agremiação política.

 

Militância dos partidos se resumem ao continguente de pessoas que  gravitam em torno dos polticos

 

Isso explica até porque o número de filiados é pequeno se considerar o universo dos eleitores. Só militam nos partidos aqueles que têm interesse em eleger-se ou vivem da política. Esse último é um contingente significativo e que acaba sustentando as siglas.

Se não há idealismo político, nem por parte daqueles que o compõem, tanto que por qualquer motivo mudam de partido, sem que firam seus ideais – mesmo os têm -, porque o eleitor seria fiel a uma sigla, que para ele nada representa?

 

Eleitor escolhe o partido ou o candidato?

Enfim: do ponto de vista do eleitor a escolha sempre é do candidato, nunca do partido. E Marcius não poderia perder o mandato.

Já no ponto de vista do partido, sendo essa a finalidade de sua existência (eleger), a fidelidade é uma questão de sobrevivência do sistema. Sem isso, teríamos hoje um completo caos. Precisamos mesmo de uma profunda reforma política nesse pais. Esse atual sistema está falido.

 

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