Três irmãos são condenados por morte de desafeto em Lages

Um crime cometido em 30 de dezembro de 2019 abalou a comunidade do bairro Santa Mônica, em Lages. Naquela noite, três irmãos surraram e mataram um desafeto com socos, pontapés e pedradas na cabeça perto de um campo de futebol, sob os olhares de moradores. Quatro anos e meio depois, eles foram julgados com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no fórum de Lages e teve 12 horas de duração. Ao longo desse período, os acusados e várias testemunhas foram ouvidos e os Promotores de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann e Fabrício Nunes apresentaram provas e desmantelaram a tentativa dos advogados de defesa de minimizar a relevância do crime pelo histórico da vítima, que tinha passagens pela polícia.

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Após os debates, os jurados escolhidos para julgar o caso consideraram os três réus culpados e condenaram dois deles por homicídio com duas qualificadoras (meio cruel e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e o outro por homicídio qualificado privilegiado. O Juízo fixou as penas, respectivamente, em 14, 12 e oito anos de reclusão.

A Promotora de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann levou para o plenário a pedra de oito quilos e meio que os irmãos usaram para atingir a cabeça do desafeto, provocando sua morte por traumatismo cranioencefálico. “O fato de a vítima ter passagens pela polícia não dava aos réus o direito de fazer o que fizeram. Eles precisam pagar pelos atos, pois cada assassinato impune tira algo da nossa segurança”, declarou.

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O Promotor de Justiça Fabrício Nunes representou o Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI) e fez uma sustentação em defesa da vida. “Os três réus subjugaram e mataram um homem de maneira covarde por desavenças, e o que está sendo discutido não é o eventual histórico da vítima, mas a forma como ela teve a vida arrancada”, disse.  

A sessão do Tribunal do Júri foi acompanhada por populares, incluindo familiares da vítima e dos acusados. Após a leitura da sentença, dois deles foram conduzidos para o Presídio Masculino de Lages e o que recebeu a pena menor ganhou o direito de recorrer em liberdade.

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